quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Sobre terminar sozinho . . .
no túmulo de um quarto
sem cigarros
nem bebida-
careca como uma lâmpada,
barrigudo
grisalho
e feliz por ter
um quarto.
De manhã
eles estão lá fora
a ganhar dinheiro:
juízes, carpinteiros,
canalizadores, médicos,
jornaleiros, guardas,
lavadores de carros, barbeiros,
dentistas, floristas,
cozinheiros, taxistas
e tu viras-te
para o lado esquerdo
para apanhar sol
nas costas
e não nos olhos.
domingo, 20 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
que faço?
Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Este alguém está quando você sai
Sinto te informar que arranjei alguém
pra me confortar.
Este alguém está quando você sai
E eu só posso crer, pois sem ter você
nestes braços tais.
domingo, 13 de dezembro de 2009
mas isso acontece . . .
Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.
O Mundo É Um Moinho
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
é assim.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Morte
preço da dor, da frustração e da injustiça,
na espera da própria morte que é aquilo,
que mais me pesa durante a lida.
domingo, 15 de novembro de 2009
Pisa em cima.
Meu mundo caiu
E me fez ficar assim
Você conseguiu
E agora diz que tem pena de mim
Não sei se me explico bem
Eu nada pedi
Nem a você nem a ninguém
Não fui eu que caí
Sei que você me entendeu
Sei também que não vai se importar
Se meu mundo caiu
Eu que aprenda a levantar
domingo, 8 de novembro de 2009
sábado, 7 de novembro de 2009
Que a dor não me seja indiferente
Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o q’eu queria
Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
- Misturo coisas quando falo, não desconheço esses desvios, são as palavras que me empurram, mas estou lúcido, pai, sei onde me contradigo, piso quem sabe em falso, pode até parecer que exorbito, e se há farelo nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem também aí muito grão inteiro. Mesmo confundindo, mesmo confundindo, nunca me perco, distingo pro meu uso os fios do que estou dizendo.
(só a mercedes e o milton me fazem companhia, nem as pessoas de carne e osso não vivem mais pra mim)
Nao
Cadê o sentido da minha vida? Se perdeu quando?
Existiu? Eu imploro, volte sentido.
Volte porque estou morrendo fisica e psicologicamente.
Quando se perde a alma se perde tudo,
resta um corpo cansado que está parando todo dia um pouco.
domingo, 18 de outubro de 2009
regresar
Cuando la luz del sol se esté apagando
y te sientas cansada de vagar
piensa que yo por ti estaré esperando
hasta que tú decidas regresar.
"
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
Idiotas
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
A quien?
El camino transitado
Los abrazos y las manos
A la que espera en un llanto
A quien doy
La osadia de ser libre
Y a las cosas que me siguen
Decirles que ya no estoy
A quien doy
Mi aventura, mis hallazgos,
Mi alegria y mis fracasos
Y las deudas del amor
Mi trasnochada esperanza
Mi arrepentido egoismo
Y tener que ser mayor
A quien doy
Este pedazo de raza
Que vive, padece y canta
A una tierra puro sol
A quien doy
Las cuerdas de mi guitarra
Para que no suenen tristes
A la hora de mi adios
A quien doy
Los recuerdos e ilusiones
Mis verdades, mis rencores
Y este blando corazon
La maravillosa infancia,
La inseguridad vestida
Con esta imagen de dios
A quien doy,
Dejare rumores simples
Viejas costumbres sentadas
A la mesa del dolor
Y les doy
Las palabras y los signos
El valor de haber vivido
Lo debil de mi razon
Y les dejo
La apariencia, el desencanto,
Las ganas de andar gritando
Que no esta muerto quien va
Desafiando la mentira
Revelando su estatura,
Del brazo con los demas
Olvido
De señalarles destino;
Y al que estuvo en el camino
Para torcer mi honradez,
Unica virtud humana
Que me desvelo en la almohada,
Herencia grande tal vez
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Vai, saudade (Clementina de Jesus)
Vai, saudade
Vai dizer àquela ingrata
Vai, saudade
Vai dizer àquela ingrata
Vai dizer àquela ingrata
Que a saudade
Quando é demais, mata
Vai dizer àquela ingrata
Que a saudade
Quando é demais, mata . . .
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
.
A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."
Vem logo . . .
Receita do Dia!
21 anos de insatisfação;
40 meses de tristeza profunda;
5 pessoas desagradáveis para te destruir o dia;
10 anos de solidão completa;
Falta de perspectiva a gosto.
Adicione a isso todas as incertezas e medos possíveis.
Rende uma porção enorme de melancolia e desejo de nunca ter nascido.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Nothing
Nada, é o que eu sou.
DESPEDIDA (Marcelo Camelo)
Eu não sou daqui também marinheiro
Mas eu venho de longe
E ainda do lado de trás da terra além da missão comprida
Vim só dar despedida
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos doente da falta de voltar
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos doente da falta que sente do mar
Vim só dar despedida
domingo, 20 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
¿Dónde estás?"
Saía do apartamento dele, andava e sentia sempre frio (mesmo que a cena fosse de muito calor como uma tarde de dezembro), sentia sempre um vento (mesmo que o dia estivesse muito abafado e todas as coisas paradas), ao entrar em casa procurava algo que não sabia o que era e, lógico, nunca encontrava. Sentar na cama, no sofá, olhar a rua, as pessoas lá embaixo, nada resolvia.
Andava depressa em seu apartamento: nada para agarrar, nada para se firmar. O vazio dava a impressão que só uma ebulição fundida naquele inferno poderia resolver alguma coisa. Nem cigarro, nem maconha, nem uma dose de whisky mostrava uma solução.
Então, tomava de seis a sete calmantes para pensar que nunca mais acordaria para sentir tudo aquilo de novo.
sábado, 15 de agosto de 2009
...
Eu realmente tô fazendo coisas estranhas que jamais pensei ter capacidade antes.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Save me
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Patético, mas eu gosto...
- Estou tentando parar de fumar
- Eu também. Mas queria ter uma coisa nas mãos agora
- Você tem uma coisa nas mãos agora
- Eu?
- Eu! "
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
Letra R
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Lacrimosa
Qua resurget ex favilla.
Judicandus homo reus:
Huic ergo parce, Deus.
Pie Jesu Domine,
Dona eis requiem. Amen.
Saudades - Casimiro de abreu
Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!
Nessas horas de silêncio,
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.
Então — proscrito e sozinho —
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra.
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
— Saudades — dos meus amores,
— Saudades — da minha terra !
No lar - Casimiro de abreu
Terra da minha pátria, abre-me o seio
Na morte — ao menos........
Garrett
I
Longe da pátria, sob um céu diverso
Onde o sol como aqui tanto não arde,
Chorei saudades do meu lar querido
— Ave sem ninho que suspira à tarde. —
No mar — de noite — solitário e triste
Fitando os lumes que no céu tremiam,
Ávido e louco nos meus sonhos d’alma
Folguei nos campos que meus olhos viam.
Era pátria e família e vida e tudo,
Glória, amores, mocidade e crença,
E, todo em choros, vim beijar as praias
Porque chorara nessa longa ausência.
Eis-me na pátria, no país das flores,
— O filho pródigo a seus lares volve,
E concertando as suas vestes rotas,
O seu passado com prazer revolve! —
Eis meu lar, minha casa, meus amores,
A terra onde nasci, meu teto amigo,
A gruta, a sombra, a solidão, o rio
Onde o amor me nasceu — cresceu comigo.
Os mesmos campos que eu deixei criança,
Árvores novas... tanta flor no prado!...
Oh! como és linda, minha terra d’alma,
— Noiva enfeitada para o seu noivado! —
Foi aqui, foi ali, além... mais longe,
Que eu sentei-me a chorar no fim do dia;
— Lá vejo o atalho que vai dar na várzea...
Lá o barranco por onde eu subia!...
Acho agora mais seca a cachoeira
Onde banhei-me no infantil cansaço...
— Como está velho o laranjal tamanho
Onde eu caçava o sanhaçu a laço!...
Como eu me lembro dos meus dias puros!
Nada m’esquece!... e esquecer quem há de?...
— Cada pedra que eu palpo, ou tronco, ou folha,
Fala-me ainda dessa doce idade!
Eu me remoço recordando a infância,
E tanto a vida me palpita agora
Que eu dera oh! Deus! a mocidade inteira
Por um só dia do viver d’outrora!
E a casa?... as salas, estes móveis... tudo,
O crucifixo pendurado ao muro...
O quarto do oratório... a sala grande
Onde eu temia penetrar no escuro!...
E ali... naquele canto... o berço armado
E minha mana, tão gentil, dormindo!
E mamãe a contar-me histórias lindas
Quando eu chorava e a beijava rindo!
Oh! primavera! oh! minha mãe querida
Oh! mana! — anjinho que eu amei com ânsia —
Vinde ver-me, em soluços — de joelhos —
Beijando em choros este pó da infância!
II
Meu Deus! eu chorei tanto lá no exílio!
Tanta dor me cortou a voz sentida,
Que agora neste gozo de proscrito
Chora minh’alma e me sucumbe a vida!
Quero amor! quero vida! e longa e bela
Que eu, Senhor! não vivi — dormi apenas!
Minh’alma que s’expande e se entumece
Despe o seu luto nas canções amenas.
Que sede que eu sentia nessas noites!
Quanto beijo roçou-me os lábios quentes!
E, pálido, acordava no meu leito
— Sozinho — e órfão das visões ardentes!
Quero amor! quero vida! aqui, na sombra,
No silêncio e na voz desta natura;
— Da primavera de minh’alma os cantos
Caso co’as flores da estação mais pura.
Quero amor! quero vida! os lábios ardem.
Preciso as dores dum sentir profundo!
— Sôfrego a taça esgotarei dum trago
Embora a morte vá topar no fundo.
Quero amor! quero vida! Um rosto virgem,
— Alma de arcanjo que me fale amores,
Que ria e chore, que suspire e gema
E doure a vida sobre um chão de flores.
Quero amor! quero amor! — Uns dedos brancos
Que passem a brincar nos meus cabelos;
Rosto lindo de fada vaporosa
Que dê-me vida e que me mate em zelos!
— Oh! céu de minha terra — azul sem mancha —
Oh! sol de fogo que me queima a fronte,
Nuvens douradas que correis no ocaso,
Névoas da tarde que cobris o monte;
Perfumes da floresta, vozes doces,
Mansa lagoa que o luar prateia,
Claros riachos, cachoeiras altas,
Ondas tranqüilas que morreis na areia;
Aves dos bosques, brisas das montanhas,
Bem-te-vis do campo, sabiás da praia,
— Cantai, correi, brilhai — minh’alma em ânsias
Treme de gozo e de prazer desmaia!
Flores, perfumes, solidões, gorjeios,
Amor, ternura — modulai-me a lira!
— Seja um poema este ferver de idéias
Que a mente cala e o coração suspira.
Oh! mocidade! bem te sinto e vejo!
De amor e vida me trasborda o peito...
— Basta-me um ano!... e depois... na sombra...
Onde tive o berço quero ter meu leito!
Eu canto, eu choro, eu rio, e grato e louco
Nos pobres hinos te bendigo, oh! Deus!
Deste-me os gozos do meu lar querido...
Bendito sejas! — vou viver c’os meus!
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Vandalismo
templos de priscas e longínquas datas.
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações imensas,
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Como os velhos templários medievais,
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
Augusto dos Anjos