sexta-feira, 18 de setembro de 2009

¿Dónde estás?"



Era sempre o mesmo sentimento. Sempre a mesma dor, a mesma tristeza, sempre o mesmo medo e, claro, o vazio.
Saía do apartamento dele, andava e sentia sempre frio (mesmo que a cena fosse de muito calor como uma tarde de dezembro), sentia sempre um vento (mesmo que o dia estivesse muito abafado e todas as coisas paradas), ao entrar em casa procurava algo que não sabia o que era e, lógico, nunca encontrava. Sentar na cama, no sofá, olhar a rua, as pessoas lá embaixo, nada resolvia.
Andava depressa em seu apartamento: nada para agarrar, nada para se firmar. O vazio dava a impressão que só uma ebulição fundida naquele inferno poderia resolver alguma coisa. Nem cigarro, nem maconha, nem uma dose de whisky mostrava uma solução.
Então, tomava de seis a sete calmantes para pensar que nunca mais acordaria para sentir tudo aquilo de novo.

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